Dependência tecnológica na infância

Atualmente é frequente vermos crianças de tenra idade a utilizar tablets, telemóveis ou televisores, durante horas a fio. Apesar da importância que a tecnologia representa para os nossos dia, é importante que os pais intermedeiem o modo como é utilizada pelas crianças.
O excesso de tecnologia na infância pode roubar aquilo a que chamamos de tempo de qualidade em família, São muitos os pais que se preocupam com este assunto e com os potenciais efeitos para a saúde e bem estar das crianças. trata-se de um mundo novo sobre o qual ainda há muito por compreender.
Hoje é cada vez mais importante estar atento e questionar: O que estamos a deixar de fazer para estarmos em frente ao ecrã? Quanto desse tempo poderia ser passado noutras tarefas potencialmente importantes para a qualidade das interações familiares?
De forma a combater a dependência tecnológica na infância, talvez o mais importante seja criar um tempo em específico para o ecrã. Idealmente este período deve ser idêntico para crianças e adultos, garantindo que sobra tempo para o convívio familiar. Sendo importante que sejam os adultos a dar o exemplo.
A gestão deve ter em conta a idade da criança e a sua personalidade. Há crianças que naturalmente se cansam dos ecrãs passado algum tempo. No entanto, há outras que se deixam absorver totalmente e que só conseguem desligar quando resgatadas pelo adulto.
Também não nos podemos esquecer que nem tudo na tecnologia é negativo e que existe uma série de atividades que podem ser feitas com recurso aos dispositivos móveis. Há tempo para o entretenimento, mas também para atividades de aprendizagem. Acima de tudo, é fundamental que a utilização dos ecrãs não interfira na qualidade do sono. Já todos sabemos que a exposição à luz e aos múltiplos estímulos destes dispositivos inibem o “desligar” natural do cérebro no período noturno. Nesse sentido, é importante ter atenção ao horário em que os ecrãs estão disponíveis para as crianças.
Coloca-se uma questão “Como avaliar a dependência tecnológica?” Será importante que a família observe o tempo que as crianças passam em frente aos ecrãs. Acima de tudo, pretende-se que os pais tomem consciência da exposição diária para avaliar se pode ser considerada dependência tecnológica. Existem aplicações que permitem a monitorização, mas pode ser usado um simples temporizador. Para esta avaliação sugerimos que as famílias coloquem três questões:
A utilização do ecrã interfere com o sono e com as rotinas para ir dormir?
O uso do ecrã influência as atividades em família?
Quanto tempo passa cada um dos membros da família em frente ao ecrã?
É importante que sejam tomadas algumas medidas para que no presente se proporcionem melhores hábitos futuros. Sabemos que à medida que a criança vai crescendo existem outros perigos e desafios pois esta passa a utilizar de forma autónoma os meios digitais. Mas o modo de agir de uma criança no futuro pode ser influenciado hoje, colocando-a em contacto com outros estímulos. Assim, é importante que esta perceba que existem outras ferramentas e atividades para ocupar o seu tempo para além dos ecrãs. Oferecer-lhes tempo de qualidade, com a disponibilidade real e não dispersa dos pais, deve ser uma prioridade para a prevenção da dependência tecnológica.
De qualquer forma, estamos em plena Era Digital e todas as crianças que vivem rodeadas de tecnologia devem aprender a utilizá-la. Os dispositivos tecnológicos são ferramentas, não do futuro, mas do agora. O papel dos adultos, pais e educadores, como em tantas outras situações é mesmo dar o exemplo para evitar a dependência tecnológica.